Uma realidade contraditória faz parte do sistema financeiro atual: o número de correntistas cresce, os lucros sobrem todos os anos, mas o número de funcionários nas agências diminui. Isso leva os bancários a fazer horas-extras, a sobrecarga de trabalho, assédio moral e, consequentemente, também leva à demora no atendimento.
Hoje os bancos têm 512 mil empregados diretos, quase metade do que havia na década de 1990, quando o setor abrigava um milhão de trabalhadores. Somente de janeiro a setembro desse ano o sistema financeiro nacional fechou 3.325 postos de trabalho. Os dados são da PEB (Pesquisa de Emprego Bancário), divulgada dia 28 de outubro. A pesquisa tem base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
Santa Catarina é o quinto estado que mais cortou vagas: são 181 bancários a menos no estado. São Paulo é o estado com mais cortes, 1.091 no total. Depois aparecem Rio Grande do Sul (704), Rio de Janeiro (562) e Minas Gerais (534). Com 258 novas vagas, o Pará foi o que teve o maior saldo positivo.
Em contrapartida, o número de agências e de correntistas cresceu. Para compensar o número baixo de funcionários, os terceirizados, funcionários que não disfrutam dos mesmos direitos, crescem: eram 450 mil e passaram para um milhão em quase 25 anos.
Apesar da bonança, as instituições financeiras economizam em mão de obra e abusam do assédio moral. Se antes o bancário era responsável por cuidar da conta do correntista, hoje ele também precisa vender produtos e serviços, passando também a ser vendedor!
Lucro dos bancos
No final de outubro os bancos começaram a divulgar o lucro do terceiro trimestre. No acumulado do ano, percebe-se novamente os números gigantescos, o que mostra que as instituições financeiras vão muito bem. Veja na tabela:
Banco | Lucro no ano |
Itaú | R$ 14,9 bilhões |
Bradesco | R$ 11,2 bilhões |
BB | R$ 8,2 bilhões |
Caixa | R$ 5,3 bilhões |
Santander | R$ 4,3 bilhões |
Safra | R$ 1,16 bilhão |
Banrisul | R$ 575,9 milhões |
Fonte: Seeb Chapecó
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