Criado com a “reforma” da legislação trabalhista e apresentado como uma das “soluções” para o desemprego, o trabalho intermitente teve 2.851 admitidos e 277 dispensados apenas em dezembro. Incluindo novembro, quando a Lei 13.467 entrou em vigor, são 5.971 admitidos e 330 dispensados, segundo dados divulgados na última sexta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho, como parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Enquanto o trabalho intermitente, que sindicalistas chamam de “legalização do bico”, não chegou a criar 6 mil empregos temporários nos dois últimos meses de 2017 e já dispensou mais de 300, os “acordos” entre patrão e empregado para dispensa do trabalhador chegaram a 6.696 em novembro e dezembro. Essa modalidade, também prevista na “reforma”, permite a dispensa por comum acordo, em que o trabalhador abre mão de parte de suas verbas rescisórias.
Isso aconteceu, principalmente, com as ocupações de menor remuneração, como auxiliares de escritório e assistentes administrativos. Além de alimentadores de linha de produção, motoristas de ônibus e de caminhão, operadores de caixa e faxineiros, entre outras. Homens na maioria (58,6%) e de 30 a 49 anos (50,1%) e com até segundo grau completo (58,2%)
Já no trabalho intermitente, mais de dois terços (3.903) são assistentes de vendas, 57% de mulheres, 64% têm até 29 anos e 84% têm até o segundo grau completo.
Os dados reafirmam que a reforma foi um golpe contra os trabalhadores. Com a nova lei, empregos com direitos serão cada vez mais substituídos por subempregos. O que o governo e os empresários querem é baratear a mão de obra, explorar e controlar o trabalhador.
Ministério sem titular
Responsável por acompanhar as movimentações do mercado de trabalho, o Ministério do Trabalho completa um mês sem titular. Em 27 de dezembro, Ronaldo Nogueira pediu exoneração para retomar sua vaga na Câmara dos Deputados pelo PTB-RS. Nomeada por Michel Temer no início de janeiro, a também deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) não conseguiu tomar posse por seguidas decisões judiciais. Agora, o caso está no Supremo Tribunal Federal.
Fonte: Seeb Chapecó com Rede Brasil Atual
Foto: Camila Domingues